Explicando o Blog Action Day: é uma ação organizada pelo grupo change.org e que ocorre uma vez por ano, envolvendo blogueiros em todo o mundo, e todos se unem para falar de um mesmo assunto importante, escolhido previamente. Neste ano o tema é Desigualdade, seja ela de qualquer tipo.
Coincidentemente, no dia 14/10, o Credit Suisse Research, grupo de pesquisa do banco suíço, divulgou o resultado de que apenas 1% da parcela mais rica do mundo possui praticamente metade da riqueza global. O relatório também mostra que a desigualdade continua crescendo, ecoando a acusação de ONGs de que a recuperação econômica da crise de 2008 “beneficiou os mais ricos”.
O Brasil é um ótimo exemplo de desigualdade social, isso facilmente visível nos grandes centros urbanos, onde vemos bairros tidos como “nobres” dividindo espaço com bairros pobres e favelas, refletindo nosso gritante contraste social.
Obviamente o país cresceu muito nos últimos anos, inclusive saindo do mapa da fome da ONU, mas há muito ainda a ser conquistado, e outras injustiças sociais precisam ser corrigidas, mas já estão num bom caminho, como as cotas raciais nas faculdades e o Bolsa Família.
Outra coisa que precisa ser corrigida e que eu não canso de bater nessa tecla tanto aqui no blog quanto nas minhas redes sociais são os direitos igualitários à comunidade LGBT que, apesar de já ser possível ter reconhecimento civil com o casamento entre pessoas do mesmo sexo, ainda não temos uma LEI propriamente dita que assegure esse direito, pois basta uma mudança de cadeiras no Judiciário e essa medida pode ser derrubada a qualquer momento. Além disso, faz-se urgir o direito a adoção por casais LGBT, entre outros.
Não “puxo a sardinha” só “pra minha brasa”, eu defendo os direitos humanos de todos, mas principalmente das minorias – indígenas, quilombolas – e dos historicamente injustiçados – negros e mulheres.
Negros ainda sofrem muita discriminação num país que, ironicamente, é tão miscigenado como o nosso, ainda são tratados com desconfiança e desrespeito pelas forças policiais e de segurança privada, pela classe política e parte dos religiosos, e a maioria dos jovens assassinadas hoje no Brasil são negros; os negros ganham menos do que os brancos, e isso precisa ser mudado. Claro que não é fácil apagar 300 anos de injustiça assim de uma hora para outra, mas facilitar a eles o acesso à educação e ao trabalho igual ao dos brancos ainda é o melhor caminho.
Já as mulheres tiveram muitos avanços nas últimas décadas, porém ainda sofrem diariamente com o machismo da sociedade patriarcal, e têm mais dificuldades em obter os mesmos benefícios dados aos homens na maioria dos âmbitos cotidianos.
As desigualdades, não só no Brasil, mas como no mundo do todo, são inúmeras, e há muito trabalho a ser feito não só pelos governos como por todos e – principalmente – os cidadãos comuns, que, com pequenas ações no dia a dia, podem fazer a diferença.
E tem gente por aí que ainda defende a meritocracia…
P.S.: Leia as minhas participações em 2010, 2011 e 2013 (em 2009 eu estava no Blogger e infelizmente o blog não possuía arquivo, e em 2012, o meu blog perdeu a maioria dos posts).
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