Explicando o Blog Action Day: é uma ação organizada pelo grupo change.org e que ocorre uma vez por ano e envolve blogueiros em todo o mundo, e todos se unem para falar de um mesmo assunto importante, escolhido previamente. Neste ano o tema é Direitos Humanos, e veio bem a calhar, pois o Brasil passa por um momento delicado nessa área.
Os Direitos Humanos defendem recursos básicos para todas as pessoas do mundo, como saúde, educação, segurança, liberdade de imprensa, e zela pelo combate à tortura, exploração e discriminação.
O maior exemplo que posso usar no Brasil sobre como os Direitos Humanos estão em maus lençóis é a escolha para presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias ser Marco Feliciano, pastor evangélico fundamentalista que já mostrou ser racista, homofóbico e misógino em várias oportunidades. Como ter fé num país homofóbico como o nosso, onde homossexuais ainda têm diversos de seus direitos básicos negados (como direito à adoção, recebimento de benefícios como seguros de vida, previdência social e herança de cônjuges), sem citar toda a violência, tanto as agressões físicas, psicológicas (e a “cura gay”, que já falei aqui) e assassinatos, unicamente por conta de sua orientação sexual? Ainda não temos uma lei propriamente dita que defenda o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas o Conselho Nacional de Justiça, em maio, determinou que os cartórios têm o dever de autorizar o casamento gay ou converter a união civil entre pessoas do mesmo sexo em casamento. Já é um começo.
Também temos a delicada situação dos indígenas e quilombolas, principalmente dos índios que, massacrados e expulsos de suas terras desde a chegada de Cabral, neste ano já sofreram com violência da polícia em diversos protestos.
Por falar em protestos, desde a onda de manifestações que iniciaram em junho em todo país, a polícia tem se mostrado cada vez mais despreparada e mostrou violência excessiva contra manifestantes, mesmo usando as chamadas “armas não-letais”, deixando várias vítimas, inclusive letais, violência essa que inclusive foi contra jornalistas, limitando a liberdade de imprensa defendida pelos Direitos Humanos.
Por falar nisso, a censura vem se mostrando cada vez mais em voga no Brasil, seja na internet, onde tivemos o caso da decisão judicial que obriga Google a remover textos e vídeos que ofendam deputados, ou ainda o desejo de alguns artistas de censurar biografias não autorizadas.
E, por fim, encerro com a recente e acalorada discussão em torno do assaltante que foi baleado por um policial, em São Paulo, levantando dois dos maiores clichês reacionários “Bandido bom é bandido morto” e “Direitos Humanos para humanos direitos”. Acho que a questão está longe das duas opções sugeridas, ou que bandido tem que morrer mesmo ou “Tá com pena, leva pra casa”. Claro que defendo que, a pessoa que entra pro crime e se sujeita a praticar assaltos à mão armada, deve estar ciente de que corre risco de morte, inclusive pelas forças policiais, e que o assaltante em questão acabou sendo detido a tiros em consequência de suas próprias escolhas, e não, não tenho pena do bandido, porém acho que a culpa nisso tudo é do governo que não combate a desigualdade social como deveria fazer e nem investe em educação e em criação de empregos, então, gente, vamos nos ater ao problema como um todo, e não sejamos mesquinhos ao ponto que achar que a culpa é só do bandido. Tenho preguiça dos argumentos dos ditos “cidadãos de bem”, como se a vida fosse em preto e branco, mas enfim, isso é assunto para outro post.
P.S.: Leia as minhas participações em 2010 e 2011 (em 2009 eu estava no Blogger e infelizmente o blog não possuía arquivo, e em 2012, o meu blog perdeu a maioria dos posts).
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