Em 10 de setembro de 1963 chegava às bancas ianques “Avengers #1”, o gibi que reunia, em uma superequipe de cinco integrantes, que já haviam estreado em outro títulos da Marvel: Homem de Ferro (das páginas de “Tales of Suspense”), Thor (“Journey into Mistery”), Hulk (que já possuía título próprio no ano anterior, “The Incredible Hulk”) Homem-Formiga e Vespa (ambos em “Tales to Astonish”). Trazida à vida pelas lendárias mãos de Stan Lee e Jack Kirby, a equipe de heróis foi criada como em resposta à Liga da Justiça, da concorrente DC Comics, e trazia uma trama que colocava o Hulk em rota de colisão com os outros quatro superseres como parte de um plano do ardiloso Loki, deus nórdico da trapaça, para vingar-se de seu meio-irmão Thor. Obviamente os heróis descobriram o plano do vilão e se uniram para detê-lo.
Já na 4ª edição da revista, os Vingadores (agora sem o Hulk, que saiu devido ao seu tão conhecido humor instável) encontraram acidentalmente (enquanto perseguiam Namor, o Príncipe Submarino), congelado no Ártico, o Capitão América, o herói da Segunda Guerra Mundial, que se uniu à equipe e tornou-se o líder mais famoso, não só dos Vingadores, mas como de todos os heróis da Marvel.
O supergrupo teve pelo menos uma centena de membros engrossando suas fileiras durante estas cinco décadas, tais como Homem-Aranha, Wolverine, Miss Marvel (atualmente “Capitã Marvel”), Hércules, Fera, Mulher-Hulk, Demolidor e até Sr. Fantástico, Mulher-Invisível e Coisa, do Quarteto Fantástico.
Vou citar 5 grandes momentos da equipe, um em cada década:
Anos 60
Claro que o grande momento da equipe só poderia ser a origem da mesma, mas não serei tão óbvio assim e vou escolher a “Gangue do Capitão” como o momento marcante da década dos Beatles. Por motivos pessoais, os membros fundadores Homem de Ferro, Thor, Vespa e Homem-Formiga (agora “Gigante”, apenas um dos tantos codinomes adotados pelo cientista Hank Pym) deixaram a equipe, e o Capitão América resolve montar uma nova versão dos Vingadores só com ex-criminosos que estavam tentando se regenerar. Eram eles: Gavião Arqueiro (foi um vilão nas histórias do Ferroso), Feiticeira Escarlate e Mercúrio (ex-membros da Irmandade de Mutantes, inimigos dos X-Men). Por esse motivo essa formação era chamada de “gangue” pela imprensa.
Anos 70
A “Guerra Kree-Skrull” foi um dos maiores momentos dos Vingadores, quando a equipe vai para o espaço para tentar evitar a guerra entre as duas famosas raças alienígenas, com a ajuda do Capitão Marvel. Nesta mesma época se iniciou o romance entre Feiticeira Escarlate e o sintozóide (andróide com sentimentos) Visão.
Anos 80
Uma segunda equipe foi concebida por Roger Stern e Bob Hall, os Vingadores da Costa Oeste, sediada na Califórnia. A equipe contava com Gavião Arqueiro (líder), Homem de Ferro (usando a clássica armadura Centurião de Prata), Magnum, Tigresa e Harpia. Uma das melhores fases dessa versão foi na passagem do talentoso roteirista e desenhista John Byrne, e posteriormente Visão e Feiticeira Escarlate ingressaram na equipe, entre outros.
Anos 90
A saga “Operação Tempestade Galática” foi ótima, mas como era uma nova guerra envolvendo os Krees (agora contra os Shiars), não vou escolhê-la, nem tampouco “Heróis Renascem” (pelas mãos do Rob “Lixo” Liefeld, pior desenhista-vilão), vou ficar com o excelente crossover da equipe com os X-Men em Genosha, na saga “Laços de Família”, quando um dos ex-acólitos de Magneto sequestra Luna, neta do Mestre do Magnetismo e que é filha dos vingadores Mercúrio e Cristalys, forçando uma excepcional aliança entre as duas equipes.
Anos 2000
Sem sombra de dúvidas, “New Avengers”, em 2005. Esse título é um divisor de águas do supergrupo, que colocou os Vingadores em evidência. Pelas mãos dos talentosos Brian Michael Bendis e David Finch, essa encarnação da equipe foi reunida pelo Capitão América após “Vingadores: A Queda” (quando a Feiticeira enlouquece e mata metade da equipe, e o grupo desmantelou-se depois) tinha os heróis Homem de Ferro, Luke Cage, Sentinela, Ronin – e, a grande sacada do Bendis – Homem-Aranha, Wolverine e Mulher-Aranha. O título repetia a fórmula da equipe original, quando grandes sucessos de outros títulos ingressaram nos Vingadores. E como não citar também a saga “Guerra Civil” (2006), que mudou os heróis Mavel para sempre?
Anos 2010
“Vingadores vs X-Men”. Fenomenal! E está saindo atualmente pela Editora Panini aqui no Brasil. As duas grandes equipes da Casa das Ideias entram em conflito por causa de Esperança Summers e a Força Fênix.
—-> E lembrando, já que os mutantes foram mais uma vez citados aqui, que 2013 também é comemorado os 50 anos de X-Men. Não podemos esquecer.
Também é importante citar Os Supremos (The Ultimates), a versão alternativa dos Vingadores do Universo Ultimate, uma encarnação mais sisuda e violenta dos Heróis Mais Poderosos da Terra (eu não curto muito essa versão um pouco por isso). Nesse título, a equipe foi criada pela SHIELD e trabalham para o governo (como a original também já, mas nem sempre foi assim). É aqui que Nick Fury é um negão careca.
Vamos falar dos Vingadores, agora em outras mídias?
Videogames:
Um clássico dos clássicos é “Captain America & The Avengers” (1991, Data East), para SNES e arcade, um difícil jogo de fase onde você pode escolher entre Capitão America, Homem de Ferro, Gavião Arqueiro ou Visão. É tosco, mas legal.
Apesar de não ser apenas com os Vingadores (mas todos os heróis jogáveis foram ou seriam membros da equipe), “Marvel Super Heroes: War of the Gems” (1996, Capcom), o jogo de fase para SNES mostrava a saga “Desafio Infinito”, e é possível escolher entre Capitão América, Homem-Aranha, Wolverine, Hulk e Homem de Ferro, e enfrentar o vilão Thanos.
Também posso citar os games de luta “Marvel Super-Heroes” (1996), “Marvel Super Heroes vs. Street Fighter“ (1997) e “Marvel vs Capcom” 1 (1999), 2 (2000) e 3 (2011), todas da Capcom.
Desenhos animados:
Deixando de lado os “desenhos desanimados Hanna-Barbera” de Capitão América, Homem de Ferro e Hulk, temos “Avengers: United They Stand” (1999-2000) que tentou inovar ao trazer uma equipe com vingadores que nunca tiveram desenhos (eram eles: Hank Pym, Vespa, Falcão, Visão, Feiticeira Escarlate, Magnum e Tigresa) e que, por este motivo, não fez sucesso e a série só teve 13 episódios; o interessantíssimo porém infelizmente cancelado na 2ª temporada “Avengers: Earth’s Mightiest Heroes” (2010-2012), que tinha a formação original da equipe das HQs e era muito fiel aos quadrinhos, mas a Marvel Studios decidiu cancelar a série para criar “Avengers Assemble” (2013), um novo desenho com uma formação mais parecida com a do filme, pra atrair o público que conhece os Vingadores dos cinemas (a mesma jogada de sempre, aff!). Vi os 3 primeiros episódios e achei um saco. Mas enfim.
Filmes:
Depois de cinco filmes para preparar território (dois do Hulk, dois do Homem de Ferro, um do Thor e um do Capitão America), “Os Vingadores” (2012) foi um sucesso estrondoso e uma das maiores bilheterias do cinema. E o segundo filme, “Avengers: Age of Ultron”, estreia em maio de 2015, e a grande novidade será a aparição dos jovens Mercúrio (Aaron Taylor-Johnson) e Feiticeira Escarlate (atriz ainda não definida). Expectativas!
Concluindo: eu iniciei fanboyzice por quadrinhos de super-heróis (basicamente Marvel) há exatos 20 anos, e desde lá os meus favoritos foram por muito tempo os X-Men, porém, a partir de Os Novos Vingadores (citado anteriormente), o meu apreço pela equipe do Capitão América foi aumentando ao ponto de ser a minha revista favorita. Desculpaí, X-Men e sociedade!
Então aqui fica meus parabéns ao cinquentenário da equipe e não se esqueçam: AVANTE, VINGADORES!
[ATUALIZAÇÃO] A Marvel está lançando uma série de capas comemoritvas. Vejam estas feitas pelo desenhista John Cassaday e estas que formam um gigante e lindo painel com quase todos os Vingadores, por Daniel Acuña.
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